terça-feira, 20 de março de 2018

O Castelinho

 
 

O CASTELINHO

Clóvis Campêlo

Segundo o amigo Paulo Lisker, um recifense que mora em Israel, o casarão pertenceu à família do artista plástico Lula Cardoso Ayres.
No seu livro Trilhas do Recife – Guia Turístico, Histórico e Cultural, o escritor João Braga é bastante suscinto: “Na Av. Boa Viagem nº 4530, encontra-se uma antiga e bela construção residencial, depois restaurante, o Castelinho. Foi cartão-postal, ponto de encontro e referência do bairro de Boa Viagem. Atualmente, preservando o casarão, em seu terreno foram construías duas torres de um edifício residencial”.
No livro O Recife e Seus Bairros, o pesquisador Carços Bezerra Cavalcanti é ainda mais econômico: “Entre os casarões do bairro destaca-se, na Av. Beira Mar, um em forma de castelo (o Castelinho)”. Além de brevíssimo, o escritor ainda cometeu o equívoco de chamar a Avenida Boa Viagem de Avenida Beira-Mar. Acontece.
No site Por Aqui, em texto de Geraldo Lélis, encontramos algumas outras informações: “Os mais novos ouvem o termo Castelinho como referência de localização na Av. Boa Viagem e, às vezes, não sabem do que se trata. Alguns podem até achar que o pequeno castelo é apenas o salão de festas do condomínio de edifícios, onde ele está situado. De fato, hoje ele o é. No entanto, a história conta que o prédio abrigou um restaurante muito concorrido entre as décadas de 1940 e 1980, antes da chegada dos arranha-céus. O local é uma das primeiras construções à beira-mar da Zona Sul do Recife. Além da construção, que já chamava a atenção, o restaurante contava com arborizada área externa, onde atendia os clientes a céu aberto. Era um dos pontos de encontro que a beira-mar tinha durante os fins de semana e principalmente nas férias de verão, quando a ocupação da praia aumentava significativamente. No início dos anos 1990, o Castelinho e sua área deu lugar aos edifícios Castelinho e Castelo del Mar, na esquina com a Rua Benedito Chaves. Devido ao fato de o Castelinho ter sido incluído na lista dos imóveis especiais de preservação (IEP), a edificação foi mantida e compõe a área comum do condomínio”.
Nas fotografias acima, podemos observar que o prédio sofreu algumas modificações ao longo do tempo. Na primeira fotografia, de autor deconhecido e colhida por nós no site acima mencionado, observamos a existência de uma torre alta e que dava mais sentido à denominação do prédio. Na segunda fotografia, feita por nós em fevereiro próximo passado, o prédio já não conserva a mesma imponência, mas ainda se impõe pela beleza e pela arquitetura diferenciada entre os espigões que hoje ornamentam a orla da praia da Boa Viagem.
Na verdade, as informações deixam a desejar. Gostaríamos de saber, por exemplo, o ano da sua construção, quando e porque foi feita a reforma que lhe alterou as características iniciais, e até mesmo o nome do profissional que fez o seu projeto.
O Castelinho sempre foi para nós, meninos criados na para do Pina, uma referência positiva na longínqua Boa Viagem. Fazia parte do cenário dos altos coqueiros que antes compunham a paisagem praieira daquele lugar.
Felizmente para nós, a edificação resistiu à ação deletéria do tempo e dos homens.
Que Nossa Senhora da Boa Viagem diga amém!

Um comentário: