segunda-feira, 12 de março de 2018

Adeus ao traço sensual e sutil de Corbiniano


ADEUS AO TRAÇO SENSUAL E SUTIL DE CORBINIANO
Fotografia de autor desconhecido
Texto do Jornal do Commercio, em 12/3/2018

A sensualidade feminina esculpida de forma leve e sutil era uma das características mais marcantes do artista olindense José Corbiniano Lins, 94 anos, que faleceu no último sábado depois de 30 dias internado, travando uma luta contra diverticulite aguda e insuficiência renal. O sepultamento aconteceu ontem no Cemitério do Parque das Flores, na zona oeste do Recife.
Quem trabalhou ou conviveu com Corbiniano destaca que o silêncio era parte intrínseca da sua produção e chegou a ser tema de uma de suas exposições. Para o filho mais novo, Thiago Lins, a compreensão do silêncio o encantava. "Ele sabia respeitá-lo, uma dádiva que nem todo mundo consegue, mas ele tinha", disse. "A mesma dedicação com que meu pai desenvolveu suas obras de arte, ele empenhou na educação dos filhos", completou. Para a viúva, Débora Lins, Corbiniano não é passado e estará sempre sempre presente. "Não tinha maldade, gostava muito de trabalhar. Para mim, Corbiniano era o melhor escultor de todos os tempos", ressaltou.
Em meio a admiradores, família e amigos, estava Antônio Carlos Sales Cardeal, 70 anos, que trabalhou por quase cinco décadas auxiliando Corbiniano em suas esculturas. "Ficamos velhos juntos. Ele era responsável, competente demais e dominava muito o trabalho que fazia", relatou.


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