O CASTELINHO
Clóvis Campêlo
Segundo o amigo Paulo
Lisker, um recifense que mora em Israel, o casarão pertenceu à
família do artista plástico Lula Cardoso Ayres.
No seu livro Trilhas do
Recife – Guia Turístico, Histórico e Cultural, o escritor
João Braga é bastante suscinto: “Na Av. Boa Viagem nº 4530,
encontra-se uma antiga e bela construção residencial, depois
restaurante, o Castelinho. Foi cartão-postal, ponto de encontro e
referência do bairro de Boa Viagem. Atualmente, preservando o
casarão, em seu terreno foram construías duas torres de um edifício
residencial”.
No livro O Recife e
Seus Bairros, o pesquisador Carços Bezerra Cavalcanti é ainda
mais econômico: “Entre os casarões do bairro destaca-se, na Av.
Beira Mar, um em forma de castelo (o Castelinho)”. Além de
brevíssimo, o escritor ainda cometeu o equívoco de chamar a Avenida
Boa Viagem de Avenida Beira-Mar. Acontece.
No site Por Aqui, em texto
de Geraldo Lélis, encontramos algumas outras informações: “Os
mais novos ouvem o termo Castelinho como referência de localização
na Av. Boa Viagem e, às vezes, não sabem do que se trata. Alguns
podem até achar que o pequeno castelo é apenas o salão de festas
do condomínio de edifícios, onde ele está situado. De fato, hoje
ele o é. No entanto, a história conta que o prédio abrigou um
restaurante muito concorrido entre as décadas de 1940 e 1980, antes
da chegada dos arranha-céus. O local é uma das primeiras
construções à beira-mar da Zona Sul do Recife. Além da
construção, que já chamava a atenção, o restaurante contava com
arborizada área externa, onde atendia os clientes a céu aberto. Era
um dos pontos de encontro que a beira-mar tinha durante os fins de
semana e principalmente nas férias de verão, quando a ocupação da
praia aumentava significativamente. No início dos anos 1990, o
Castelinho e sua área deu lugar aos edifícios Castelinho e Castelo
del Mar, na esquina com a Rua Benedito Chaves. Devido ao fato de o
Castelinho ter sido incluído na lista dos imóveis especiais de
preservação (IEP), a edificação foi mantida e compõe a área
comum do condomínio”.
Nas fotografias acima,
podemos observar que o prédio sofreu algumas modificações ao longo
do tempo. Na primeira fotografia, de autor deconhecido e colhida por
nós no site acima mencionado, observamos a existência de uma torre
alta e que dava mais sentido à denominação do prédio. Na segunda
fotografia, feita por nós em fevereiro próximo passado, o prédio
já não conserva a mesma imponência, mas ainda se impõe pela
beleza e pela arquitetura diferenciada entre os espigões que hoje
ornamentam a orla da praia da Boa Viagem.
Na verdade, as informações
deixam a desejar. Gostaríamos de saber, por exemplo, o ano da sua
construção, quando e porque foi feita a reforma que lhe alterou as
características iniciais, e até mesmo o nome do profissional que
fez o seu projeto.
O Castelinho sempre foi
para nós, meninos criados na para do Pina, uma referência positiva
na longínqua Boa Viagem. Fazia parte do cenário dos altos coqueiros
que antes compunham a paisagem praieira daquele lugar.
Felizmente para nós, a
edificação resistiu à ação deletéria do tempo e dos homens.
Que Nossa Senhora da Boa
Viagem diga amém!
Muito boa matéria.
ResponderExcluir